segunda-feira, 27 de maio de 2013

Um minuto de paz

"Eu ando pelas ruas e vejo
homens e mulheres passando
com seus narizes empinados.
A quem eles acham que estão enganando?
E toda essa pressa estranha
eu tento ver e não consigo
o que há de novo lá na frente,
onde é que tá a manha
prá eu ficar bem comigo?
Homens e mulheres passando
com seus narizes empinados
a quem eles acham que estão enganando?
E cada um viaja do seu jeito
não há nada demais
mas eu só queria encontrar um defeito
nessa  gente que não olha prá trás
E que nem me vê direito.
E eu que procuro um minuto de paz
sei que não posso sair da linha,
o meu carro não é meu,
minha casa não é minha,
e quando eu vejo homens e mulheres passando
com seus narizes empinados,
eu me pergunto:
A quem eles acham que estão enganando?
Sou um homem e não sonho
sou um homem e não choro
eu só quero um minuto de paz.".

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO,

 UBÁ,27/05/2013.

domingo, 26 de maio de 2013

Fim de semana


"Sai da cama
é fim de semana
volta prá cama
fim de semana não me engana
sacode a poeira
pura besteira
vê se me entende
tanto faz o sol
tanto faz a chuva
não se esqueça do THE END
fim de semana não me engana
vovó viu a uva
mas índio não quer mais apito
e por isso eu pago mico
por isso eu grito
fim de semana nunca foi bacana
fim de semana não me engana
eu rolo com você na cama
em qualquer dia da semana."

Sérgio Valadão Reimão De Melo 

sábado, 25 de maio de 2013

Sede e Fome

" Nós nos chamamos de meu amor
como se meu amor
fosse o nosso nome.
Aonde foram parar a fúria e os ruídos
de nossos beijos agora constrangidos?
Animais domesticados, tristes e acomodados nos tornamos
e lágrimas impotentes derramamos.
Meu amor agora é hora
de cada um seguir o seu caminho
feridos mas aliviados
porque não podemos mais ficar
sozinhos e mal acompanhados.
Acabou a sede, acabou a fome
e meu amor agora
é só o nosso nome."

Sérgio Valadão Reimão de Melo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fissura



"Água mole em pedra dura
quem sabe um dia tu não sacias
minha fissura?
Eu não te quero muito
eu só te quero toda
eu não te quero minha
eu não te quero outra
eu só te quero tua
nua e crua".

 Sergio Valadão Reimão de Melo, 
Ubá, 10-11-12

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sexo e Brahma Chopp


"Chove lá fora
a roupa no varal
correria pela casa
É tempo das águas.
Desconheço o medo
hora do café do meio-dia
alguém lê o jornal de ontem
não existe pressa.
A praça é publica
os bancos, dos namorados
céu, estrelas, e avião
À benção, pai, à benção, mãe.
Tudo é tão distante
tudo tão à mão
o galo canta
o padeiro ,o café, o pão.
O padre imponente
doce de mamão ralado
o sol queima
o  carteiro anda ligeiro.
Baile perfumado
minas meninas
noite do Brasil profundo
um bêbado dorme no xadrez.
Matinal missa dominical
Deus perdoa os pecadores
sexo e brahma chopp
o jornal de hoje é de ontem
não existe pressa."

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO

Ubá, 26-01-2013 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Pontos de Vista


"Mal saio de casa
e já entro no palco
sou frio, furioso,
sou tranquilo, generoso.
Sou feio, sou lindo,
sem freio, contido.
Sou um drogado,
bicho solto,
tomem cuidado.
Sou abstêmio
de boa família
filho dedicado.
Carinhoso, de riso fácil
um descarado.
Mil olhos sobre mim,
mas passo despercebido.
Sou um narcisista às avessas:
eu não presto, mas eu te amo."


SERGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO

Ubá, 06-02-2013. 


segunda-feira, 20 de maio de 2013

O que Deus te deu


"Sim,eu digo não
pra tudo que não é de coração
dispenso caras e bocas,
afetação.
Vem,
mas deixe pelo caminho
tudo que não é você
porque te quero inteira.
Vem,
mas só com o que Deus te deu,
vem,
com tudo que o mistério não escondeu
e trague o sol no seu rosto
clareie o fundo do meu poço
porque sou teu".


SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO, (Ubá,anos/90).

Depois que a luz se apaga



"Quero o seu beijo,
quero o seu carinho,
mas eu não quero mais
mendigar o seu amor
porque sozinho eu mesmo faço a minha dor.
Já não somos dois,
já não somos um
e quero ver depois a sua cara
num desses dias em que o mundo para
e só você continua seguindo em frente,
meio que no mundo da lua,
perdida e amarga
numa pressa de chegar
sem nem mesmo saber aonde.
E quando o sol se por
você vai chorar,você vai chamar
e ninguém responde
e você vai ver que ninguém é diferente
depois que a luz se apaga"

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO, Ubá/2007.

domingo, 19 de maio de 2013

Pena digital



"Ontem eu peguei da pena
e escrevi um poema
que perdi num vacilo virtual
por eu não ser da era digital.
Querem acabar comigo
isso eu não vou deixar
enquanto houver lápis e papel
eu ainda saberei me virar
e uma coisa é certa
quem é, nunca deixa de ser poeta
mesmo nos momentos mais adversos
mesmo com mãos e pés atados
citarei Torquato Neto, o iluminado:
um poeta não se faz com versos."



SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO.