domingo, 30 de junho de 2013

Outono

“Esse céu azul de outono
e esse sol que não arde,
que só acaricia a cidade.
Essa beleza que não tem dono,
essa pintura que não tem preço
e na qual eu reconheço
a mão de Deus.
Quantos outonos serão precisos
para que o homem
ponha-se no seu lugar?”


Ubá, 10/06/2009

terça-feira, 25 de junho de 2013

Seu deboche,seu decote, seu sorriso.

"Você faz e acontece
e depois desaparece
e a gente fica que nem gato e rato
eu saio na sua captura
gasto muita sola de sapato
que gostosa vida dura
mas aí a gente se encontra
e eu até esqueço
o quanto você apronta
mas essa é a minha sina
amor e dor fazem esquina
por isso eu sei do quanto eu preciso
do seu deboche
seu decote
seu sorriso.
Você faz e acontece
e depois desaparece
e que nem gato e rato
eu saio na sua captura
que gostosa vida dura
sem eira nem beira
sem nada a perder
só uma grande brincadeira
você não é minha
eu não sou seu
você é minha rainha
e eu o seu plebeu".

 Sérgio Valadão Reimão de Melo
Juiz de Fora, 11-2-13

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Anotações


"Eu tenho medo daquele homem de paletó e gravata.
Eu tenho medo daquele homem que não tem nome.
Eu tenho medo daquele homem que tem sobrenome.
Eu tenho medo daquele homem que não se manifesta.
Eu tenho medo daquele homem que não corre o risco de perder.
Eu tenho medo daquele homem que lá de cima olha pra baixo.
Eu tenho medo daquele homem que cá de baixo olha pra cima.
Eu tenho medo daquele homem que de tudo sabe um pouco.
Eu tenho medo daquele homem que de nada sabe.
Eu tenho medo daquele homem que está sempre sorridente.
Eu tenho medo daquele homem que nunca sorri.
Eu tenho medo daquele homem que é pau pra toda obra.
Eu tenho medo daquele homem que dança conforme a música.
Eu tenho medo daquele homem que deixou de ser criança.”


SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO


Ubá ,   26-8-2005.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ver e Viver

"Sua noite é veloz
Deus, orai por nós
é tudo muito louco,
pau puro,
tamanco sem couro,
luzes de neon,
rock'n roll.
Aonde você for eu vou
nesse pique alucinante,
nessa hora não tem idade
muito menos saudades
só a energia pulsante.
Farmacoalegria,
e quem importa se lá fora
é noite ou dia,
dispenso agora a terapia,
é ver para crer,
ver e viver
e você dança e dança e dança
e seus longos cabelos negros
a tudo realça.
Juventude apavora, aproxima e devora
sem apego aos reaças
ao que não vale a pena
a vida urge,
a noite é veloz
é pau puro
tamanco sem couro,
é ver para crer,
ver e viver".

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO

terça-feira, 11 de junho de 2013

Deodata

O sol ardendo que nem brasa,
Na minha pele preta
se sentindo em casa.
A pele preta é
ferramenta de trabalho,
que aumenta o atalho,
passaporte seguro prá
eu entrar
pelas portas dos
fundos,
transitando entre
dois mundos,
sem ninguém me
questionar.
Minha pele preta
é que me dá guarida,
e com meus ossos de
concreto,
é com ela que eu ganho a vida,
sempre do lado
certo.

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO

Ubá, 13/01/2007

Deodata em foto gentilmente cedida pelas amigas Maria Dilaine e Valéria Silva.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O sol com a mão



“ Os meus cabelos longos
e o meu melhor sorriso
ficaram num espelho muito antigo,
mas eu não ligo
pois mesmo agora
que o sol está indo embora
e a noite não é mais uma criança
eu ainda não me sinto envolto
em poeira e lembranças.
Meus pés continuam no chão,
mas paro tudo quando é lua cheia
e ainda insisto em pegar o sol com a mão."

Ubá, 16/08/2012

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO

terça-feira, 4 de junho de 2013

Tudo muito fala



“Tudo muito fala,
Tudo muito agora.
A cozinha agora é sala,
Prá onde ir embora?
Tudo muito grita,
Nada se acalma,
Deixando sempre aflita
Minha pobre alma.
Seu olho arregalado
Na cola dos meus sapatos,
Eu olho para os lados
E só vejo seu retrato.
Na minha casa
Já cabe o mundo,
Mas eu bato asas
E saio pelos fundos.”

SÉRGIO VALADÃO REIMÃO DE MELO

UBÁ, 03-06-2013